Maioria no Vale do Paraíba e região é católica, e evangélicos crescem; MAPA mostra números por cidade
06/06/2025
(Foto: Reprodução) Dados sobre religião nos municípios brasileiros foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (6) e fazem parte do Censo 2022. Imagem de arquivo - Igreja Matriz de São José dos Campos
Claudio Vieira/PMSJC
Dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que quase 58% da população do Vale do Paraíba e região bragantina é católica.
Apesar de maioria, o catolicismo perdeu fiéis nos últimos anos diante do crescimento evangélico, que representa 26,2% dos moradores da região, cenário que acompanha o perfil nacional. A proporção de pessoas que se declararam sem religião nas 46 cidades da região também cresceu de 5% para 7,5%.
Confira no mapa interativo abaixo os números absolutos em cada cidade da região:
Os números de toda região:
Católica: 1,490 milhão;
Evangélica: 673,3 mil;
Sem religião: 193,4 mil;
Espírita: 58,3 mil;
Umbanda e Candomblé: 28,2 mil;
Outras religiões: 123,7 mil;
Sem declaração: 4,6 mil;
Não sabe: 859.
Católicos perdem fiéis, mas ainda são maioria
Os católicos ainda são maioria, mas o número de fiéis diminuiu. Entre 2010 e 2022, a igreja perdeu quase 30 mil fiéis e eram 1,490 milhão - queda de 2%.
Já o número de evangélicos aumentou na região. Em 2010, eles somavam 439 mil pessoas. Já em 2022, subiu para 673,3 mil - alta de 53%.
Tanto em São José dos Campos, quanto em Taubaté – as duas maiores cidades da região –, o catolicismo segue com mais fiéis.
Em São José, o número de católicos representa 58,6% do total da população com mais de 10 anos, e os evangélicos são 25,4%. Antes, no Censo 2010, os católicos representavam 70%, enquanto os evangélicos representavam 20%.
Já em Taubaté, o número de católicos é de 60,5%, enquanto o de evangélicos é de 24,4%. No comparativo com a pesquisa anterior, os percentuais eram de 70% e 19%, respectivamente.
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Igreja da cidade de Lagoinha SP
Prefeitura de Lagoinha/ Divulgação
Mas é Lagoinha a cidade da região com maior número de católicos proporcionalmente: 85,5% dos moradores. No Censo 2010, o número era ainda maior: 93,8%.
É na cidade também que foi registrado o crescimento mais expressivo proporcionalmente de evangélicos: 189%. Entre as duas pesquisas do IBGE, o crescimento foi de 177 para 512 evangélicos na cidade.
As outras duas cidades com maiores percentuais católicos na região são Silveiras (80,5%) e São Bento do Sapucaí (80,1%).
Por outro lado, as cidades com maior proporção de evangélicos são Canas (34,1%), Ubatuba(32,4%) e Caraguatatuba (31,6%).
Em entrevista para a Rede Vanguarda, uma socióloga e um analista do IBGE avaliaram quais fatores podem influenciar na predominância de católicos na região e também no aumento no número de evangélicos no Vale do Paraíba.
Para a socióloga, o aumento no número de evangélicos é reflexo do trabalho realizado por pastores em favelas e comunidades periféricas. Já para o analista do IBGE, o fato do Santuário Nacional de Aparecida ser localizado na região, também alavanca os números de católicos, por ser o maior templo da religião no país.
“Se eu estou falando de um país que é urbano, evidentemente as igrejas evangélicas têm presença muito forte nas nossas periferias. Elas vêm criando um senso de comunidade muito maior do que outras perspectivas, como as católicas. Então, hoje se observa que esse aumento tem a ver com essa movimentação no próprio plano da religião, mas também com a sua capacidade de gerar comunidade”, avaliou Lidiane Maciel, doutora em sociologia.
“Regiões que tiveram imigrações de alguns povos católicos, por exemplo, italianos e poloneses, consolidaram polos, algumas cidades consolidaram templos importantes, como, por exemplo, Aparecida, o que faz com que a gente tenha um número maior de católicos. Então, a região do Vale do Paraíba, em específico, e esses municípios têm essa característica de apresentar um percentual maior de católicos. Quando a gente faz a comparação com o resto do estado de São Paulo, em função dessas peculiaridades, isso é importante destacar”, ponderou Jefferson Mariano, Analista do IBGE.
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